Estamos chegando ao final de mais uma jornada e em 2017 foram muitos os desafios enfrentados por todos nós, filhos do TEMPLO DE UMBANDA OGUM 7 MARES. De minha parte, tive momentos em que pensei que não seria capaz de superá-los, principalmente aquele quando da despedida de minha mãe de santo e de sangue. Ainda assim, tudo transcorreu de forma natural, com a saudade da partida, mas com a alegria da certeza de que ela está chegando em um outro lugar, muito mais iluminado e de muita paz, o que nos dá o conforto necessário nessas horas.
Mais uma vez podemos contar com a ajuda de muitos amigos, despretensiosos, de grande bondade e solidariedade infinita. Amigos de perto, amigos de longe, uns presentes outros nem tanto, mas ainda assim verdadeiros amigos e que estavam juntos de todos nós da Casa com a vibração de seus corações. A todos esses o meu muito obrigado, do fundo do meu coração.
Com a passagem de nossa mãe, me vi pela primeira vez sozinho no comando do nosso Templo. Confesso que senti medo. Medo de não corresponder as expectativa dos filhos da corrente, medo de não saber dar bom andamento as necessidades e desejos dos Guias e Orixás, enfim, medo até de mim mesmo, de minha capacidade. No entanto, logo pude perceber que esta não seria uma tarefa apenas minha, pois, mesmo sabendo que a responsabilidade maior me cabia, encontrei nos filhos de nossa corrente o apoio e a confiança que me fizeram e me fazem seguir firme e em frente nesta tarefa. Aos filhos da Casa o meu mais profundo agradecimento e gratidão por tudo que tem feito por mim e pelo nosso Templo, certo de que sem vocês nada me seria possível.
Também sei que não devo reclamar deste ou daquele que por ventura não tenha correspondido as expectativas da Casa e da doutrina por ela ensinada, afinal, quando o médiun falha, nada mais é do que a constatação de que eu, como seu dirigente espiritual, em algum momento falhei antes. Desta forma, é meu dever e minha obrigação rever meus conceitos e me preparar cada vez mais para estar a altura e assim poder atender as expectativas de todos.
Hoje ainda somos uma família pequena na quantidade de médiuns, mas ao mesmo tempo gigantes na fé, no comprometimento, no amor e no respeito que sentimos uns pelos outros e acima de tudo pela nossa Sagrada Umbanda.
Que a ano de 2018 possa ser a continuidade deste que se finda, que o nosso Templo seja cada vez mais iluminado e abençoado e que os filhos do TEMPLO DE OGUM 7 MARES possam continuar firmes e fortes na sua caminhada mediúnica, merecedores que provaram ser de todas as graças do nosso grande Orixá Oxalá.
Finalmente, peço a Nanã Buruque e a Pai Xangô, Orixás comandantes de 2018 que nos inundem de sabedoria e humildade. Sabedoria para rever conceitos e assim ajustar as nossas vibrações com a nossa realidade e, humildade para aceitar a colheita que nos cabe.
"Que a força soberana de todos os mares aprisione em suas profundezas o sofrimento daqueles cuja diretriz seja, justiça e amor ao próximo. E que a calmaria traga para todos os irmãos o retorno de suas ações". (Palavras de Ogum 7 Mares).
Que Oxalá encontre cada um.
Pai Alberto.
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