Translate

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Umbanda, uma Filosofia de Vida

               Aproveitando a oportunidade, quero tratar a respeito deste assunto que foi tema da nossa reunião doutrinária ocorrida em nosso Templo na última semana. Considero este tema de suma importância, tanto para os já iniciados como para os que estão chegando neste momento nas correntes de Umbanda espalhadas Brasil a fora.
               Muito se fala sobre os benefícios que a Umbanda pode trazer aos que ingressam em suas correntes com o objetivo de dar vida prática ao seu dom mediúnico, no entanto, é comum verificarmos que nem sempre é dado ao médium doutrinamento adequado a respeito. Desta forma, vende-se ao médium a falsa impressão de que o simples ingresso na religião lhe será o suficiente para alcançar seus anseios. Isso não é verdade, pelo menos não desta forma. Se receber entidades e colocar no pescoço as suas guias fosse garantia de sucesso e felicidade, nossas correntes estariam cheias de pessoas bem sucedidas e, digo isso em todos os sentidos. Não podemos e não devemos confundir o maravilhoso trabalho que nossas Entidades prestam em favor dos mais necessitados, achando que podemos nos prevalecer de um trabalho que a bem da verdade não nos pertence. É como querer fazer continência com chapéu alheio. Se nossas Entidades trabalham para o melhoramento do mundo em que vivemos, se elas trazem sempre bons ensinamentos e estão sempre prontas a ajudar, isso, necessariamente, não nos torna seres melhores. O que vai nos tornar pessoas melhores será o entendimento que tivermos a respeito da mensagem que trazem cada um dos Orixás que comandam as Sagradas linhas de Umbanda.

               Oxalá, chefe da linha da Fé, nos transmite o sentimento de religiosidade. Oxum, chefe da linha do Amor, nos transmite o sentimento da concepção e do afeto. Oxossi, chefe da linha do Conhecimento, nos transmite o sentimento do saber e do raciocínio. Xangô, chefe da linha da Justiça, nos transmite o sentimento da razão. Ogum, chefe da linha da Lei, nos transmite o sentimento do equilíbrio e ordenação. Obaluaiê, chefe da linha da Evolução, nos transmite o sentimento do saber. E finalmente, Iemanjá, chefe da linha da Geração, nos transmite o sentimento da criação.

               Como podemos observar, cada Orixá é uma fonte infinita de um sentimento específico, sentimentos estes, que se observarmos representam os sete sentidos que regem as nossas vidas, ou seja: FÉ, AMOR, CONHECIMENTO, JUSTIÇA, LEI, EVOLUÇÃO E GERAÇÃO. 
Entenda que quando nos referimos a estes sentidos como sendo "Os Sentidos da Vida", de forma alguma estamos nos referindo apenas aos sentidos materiais, pois na verdade, estes sentidos são universais, dizem respeito a evolução dos espíritos, nestes e em outros planos. Em outras palavras, são sentidos que fazem parte das Leis Divinas e que servem como bússola para aqueles que pretendem, através da prática consciente e eficaz de sua mediunidade, alcançar novos patamares, tanto no campo espiritual quanto no material.

               Bem, por aí já deu pra verificar que desenvolver a mediunidade é muito mais que receber entidades, mesmo que sejam de muita luz e evolução, não é mesmo? Eis aí a Filosofia, ou melhor, a nova filosofia de vida que a Umbanda oferece aos seus médiuns. Conhecer cada um destes sentidos, reconhecer as suas limitações em relação a cada um deles e trabalhar incessante e disciplinarmente para superar estas limitações, é fator indispensável para a formação de um bom e valoroso médium de Umbanda. 
               O médium que não compreender que o Alto Astral espera dele uma reforma intima e sincera dos sentidos que regem a vida, cairá, muito provavelmente, no vício do fracasso, onde a sua vida estará em constante ebulição, com períodos de altos e baixos. Não existe desenvolvimento mediúnico sem reforma íntima, assim como não existirá caridade plena por parte de qual médium que seja, independente do seu tempo de religião ou mesmo das preparações que tenha sem que ponha em prática esta doutrina. Como disse no início, o simples fato de entrar para a Umbanda e desenvolver a mediunidade, não é e nem nunca será garantia de bons resultados. Não se iluda e, principalmente, não se deixe iludir.

               Se você é médium de Umbanda e a sua vida continua de pernas pro ar, não se preocupe, não é demanda que lhe fizeram, você não está sendo obsediado por fantasmas (a não ser o seu mesmo), também não é a Umbanda que não serve pra nada ou mesmo seu dirigente que não atende as suas expectativas. O problema está em você que insiste em fazer tudo igual como sempre fez, não mudou uma virgula em seus conceitos e a forma de encarar a vida, não admite que o erro está em você e continua jogando a culpa no mundo e se fazendo de vítima. Acorda! Umbanda não faz milagre, faz caridade, mas faz pra quem merece, se esforça e foca em seu próprio crescimento moral e espiritual. Ai então, e somente então, é que você poderá descobrir e viver a Umbanda como uma nova e renovadora "Filosofia de Vida" e que oferece aos seus valorosos médiuns o poder de reconstrução íntima, que é o único e verdadeiro caminho para crescimento em matéria e em espírito. Isso sim é milagre. 

               Se você sente que está lhe faltando orientação neste sentido, entre em contato, teremos o máximo prazer em ouvi-lo.

Fiquem todos na Paz de Zambi.
Pai Alberto de Oxalá.

Nenhum comentário:

Postar um comentário